quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Valores de uma mãe inconsequente


Você já pensou em tudo que perdeu?
Com certeza você já se lamentou por ter perdido meses carregando seu filho, já chorou por não ter podido ir àquela balada e até chegou a ficar deprimida por se sentir gorda.

Agora que você o “jogou para fora”, tenta recuperar o tempo que já não mais te pertence. Fica aproveitando a noite, enquanto a criança chora sem peito; por isso perde seu tempo em uma tentativa inconveniente de ganha-lo.

Perde aquilo que um dia tentará, sem sucesso, recuperar: um sorriso sincero, uma mãozinha a te procurar. Você ao menos sabe que ele parou de chorar? Talvez, mesmo tão pequenino, ele já tenha se conformado com o cruel abandono.

Hoje ele sorriu e disse sua primeira palavra: “ussu”. Ele queria seu ursinho, sua maior companhia em seu descanso noturno. Talvez, mãe, um dia você entenda tudo o que realmente deveria ter dado consideração.

Quando uma porcaria de pelúcia se torna mais importante e prestativo para uma criança do que sua própria mãe, há algo abominável no mundo. Os valores estão seguindo cada vez mais distorcidos. Lágrimas e sentimentos seguem cada vez mais banalizados. Reveja seus valores, mas agora corra, seu filho pode se asfixiar sozinho no quarto.

Oh! Tarde demais? Eu sinto muito. Talvez agora você reflita sobre o que eu disse.

Inspirada



Inspirada a agradecer,
Como sempre fiz.
Inspirada a ser mais justa
Do que feliz.

Inspirada a ser boa
Como Madre Tereza.
Inspirada a ser imperfeita
Como a beleza.

Inspirada a escutar meu dom
Como se ele precisasse de criação.
Inspirada a educar, a ser educada
E a recusar o que não é bom.

Inspirada a seguir
A verdadeira luz.
Não a que tem nome
E sim a que divinamente reluz.

Inspirada a dar às brigas,
Uma trégua.
Inspirada a fugir
Da falsa regra.

Inspirada a seguir
Os mandamentos de Deus.
Inspirada a não seguir meus desejos
E sim os Seus.




Odeio amar quem não me ama e sempre me odeio quando isso acontece. Odeio ainda mais ser correspondida, mas por um frouxo que não tem coragem de dizer o que sente.
Odeio quando sou covarde e não digo tudo o que quero. Odeio ser feita de boba, ser iludida. Simplesmente odeio eufemismos, muitos chegam a ser irônicos. Odeio mentiras, mesmo as do bem. Odeio felicidade ilusória.
Odeio quando não me deixam tentar. Odeio quando tentam me fazer parar de chorar e odeio imaginar que o causador de minhas lágrimas não se importa comigo.
Odeio quando os argumentos de alguém fazem com que eu me sinta uma bosta. Odeio perder a razão, mas odeio ainda mais ter razão quando sou pessimista.
Odeio me importar muito com as coisas e odeio quando não dou valor ao que realmente merece.
Realmente odeio essa parte da vida e odeio saber que grande parte continuará imutável. Nada depende de meu querer, nem mesmo odiar.

Espontaneidade do amor.



Foi engraçado. Tentei ser rude e te deixar abandonado,
mas tudo sempre mudava quando eu estava ao seu lado.
Você falou e eu naturalmente respondi. Não era mais como
se você não estivesse ali.

Você sorriu, a raiva me desabitou e eu deixei um sorriso escapar. Você sequer percebeu, mas depois eu te vi dançar.
Sua alegria foi sua remissão e o que aquilo representava,
significou minha purificação.

Simples detalhes são mais importantes do que se pode imaginar. Meu instintivo sorriso demonstrava impossibilidade de ódio e sua dança, uma peculiar forma de amar.

A espontaneidade do amor é isso: é ceder e não guardar mágoas por conta de passado. É quebrar até mesmo rochas, de modo delicado.

Como escrever uma ficção.


1 – Escale um tema - um fato - principal e imagine seu desenvolvimento.

2 – Escolha os personagens e designe um perfil para eles, para você seguir até o final, criando assim uma personalidade para cada um deles.

3 – Selecione o tempo e o espaço em que a história irá acontecer, pois isso deixa a história mais imaginável na mente do leitor. Se for preciso, procure fotos desses lugares e tente descrevê-los. O tempo é importante para dar limites e lógica à escrita, podendo ser “voltado” por flashbacks.

4 – Una tudo e pesquise sobre hobbys, profissões e etc. Crie tópicos em um rascunho, um planejamento, “uma cronologia” de tudo o que deve acontecer no desenrolar da história. Dê um título para a obra.

5 – Opte por um prólogo que desperte atenção e curiosidade. Muitas vezes é bom pegar um pedaço de um capítulo misterioso que se encontra no meio da história e coloca-lo como prólogo.

6 – Eleja uma trilha sonora com músicas que possuam letras que você acredite que tenha a ver com o planejamento que você fez no rascunho. E, no meio da escrita, também pode escolher novas músicas, assim como novos personagens, tempos e espaços; mas cuidado, uma vez que no final tudo tem que se encaixar.

7 – Proponha algo marcante ou engraçado: uma frase ou um apelido, de preferência.

8 – Componha a história, mesmo que capítulo por capítulo. É bom utilizar de narrador em primeira pessoa para dar mais subjetividade e emoção. Também se pode alternar os narradores, dando então visões diferentes de um mesmo episódio. Tente postar, porque leitores ajudam-nos a continuar escrevendo. Crie uma capa, pois ela irá ajudar a chamar atenção.

9 – Redija frequentemente, pois assim você não irá se esquecer das partes mais importantes. Tente ligar toda a história, mas nunca de modo previsível.

10 – Quando a história for finalizada, edite-a umas cinco vezes. Se necessário, mude o título, a capa e acrescente detalhes que possam ligar mais ainda o início ao fim.

***

Mãe


Obrigada por ter enfrentado, por minha causa, difíceis nove meses. Obrigada por ter cuidado de mim e por ter me amado. Obrigada por ter se privado de muita coisa em pró da minha criação. Obrigada por ter me dado tudo o que podia dar e por nunca ter cruzado os braços para o “tudo” significar então “mais que o suficiente”. Obrigada pela atenção. Você foi minha visão, meu olfato, minha audição, meu paladar, meu tato e até meu sexto sentido. Você entendia tudo o que eu sentia; você sentia o que nem eu entendia.

Obrigada por ter me defendido dos perigos mundanos e por ter me corrigido quando a errada era eu. Obrigada por ter me ensinado a ler, a escrever e a fazer continhas, muito antes de qualquer professora escolar.  Obrigada por ter me obrigado a escrever, repetidas vezes, vários textos. Isso não me traumatizou; simplesmente me preparou para o futuro e me inspirou a fazer o que hoje é o que mais amo. Obrigada por ter me dado apoio emocional sempre que eu tinha uma prova.

Obrigada por ter sido brava, isso mostrava o quanto você se importava comigo. Obrigada por ter me estimulado a estudar. Obrigada por ter me carregado quando eu não podia andar e por nunca sair do meu lado quando eu estava doente. Obrigada por ter me dado sua mão a cada dor de barriga que eu senti.

Obrigada por ter sido companheira e amiga. Obrigada por ter ido ao colégio todas as poucas vezes que houve problemas e por nunca ter faltado a sequer uma reunião de pais. Obrigada por ter marcado uma aula particular para mim quando tive a primeira nota vermelha. Por entender meus limites, minhas dificuldades e por não ter me crucificado por conta de meus erros.

Obrigada por ter me dado liberdade para que eu sentisse naturalidade suficiente para te contar todos meus passos e tropeços. Obrigada por me ajudar na caminhada da vida e por me ajudar a levantar após cada tombo. Obrigada por tudo. Logicamente aqui não caberá o conteúdo completo do infinito agradecimento, então deixo simplesmente um sincero reconhecimento. Valeu por ser minha mãe. Desculpa por eu ser, às vezes, mal-agradecida. Saiba que você é minha fortaleza e que, do modo mais sublime do mundo, eu te amo.

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Nota: Minha mãe chorou quando leu.

Fã número um

1 – É aquele que ama e respeita muito o seu ídolo. Profissionalmente e também pelo que ele realmente é. É aquele que vibra quando o artista faz um trabalho, e que chora quando acontece algo ruim.


2 – É aquele que defende seu ídolo, não tem vergonha de dizer aos quatro ventos o quanto gosta dele e continua gostando mesmo quando não é um modismo. Mesmo quando todos os seus amigos não gostam daquilo.


3 – É aquele que sabe toda (ou quase toda) a biografia de seu ídolo, sabe das notícias muito antes de elas aparecerem na mídia, decora todas as datas, conhece todos os gostos dele, todos os medos e todas as formas de agradá-lo. É aquele que sai baixando tudo que vê pela frente, mesmo que seja um simples “Aw!” de um segundo e meio. Que tem milhares fotos e fica indeciso na hora de escolher as que vai revelar (é claro que sempre quer todas). É aquele que nunca sabe responder qual é o trabalho predileto e sempre decora tudo, sejam falas de filmes, frases emblemáticas ou letras de músicas.


4 – É aquele que gosta de colecionar tudo que vê pela frente: Vinis, VHS’s, CD’s, DVD’s, pôsteres, revistas, livros, camisas, buttons, cards, toalhas, porta-CD, fotos, canecas, almofadas, recortes de jornais e revistas, desenhos [...]


5 – É aquele que fica feliz ao encontrar um fã-site ou um fã-clube e faz de lá sua segunda casa e, das pessoas que o compõe, a sua família. Fica feliz ao encontrar indivíduos com os mesmos gostos e por isso muitas das vezes passa horas, dias, semanas, meses, anos e até décadas falando sobre cada detalhe – obviamente tentando parecer ser o fã número um. Mas isso todos nós somos desde as primeiras etapas. Basta amor, o resto é uma consequência dele.


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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

2011 Japanese Grand Prix


Ah eu amo automobilismo e desde pequena meu padrasto me ensinou a assistir corridas de Formula 1, Formula Indy e de outros tipos, além de que eu aprendi a gostar de jogar videogame e apostar corridas com minha inesquecível amiga de infância, a Juliana.
No dia 9 de Outubro de 2011, às 04:44 da manhã, eu estava em casa assistindo ao fim do “Japanese Grand Prix”, no qual Sebastian Vettel, piloto da Red Bull Racing,  perdeu “a batalha” e mesmo assim venceu “a guerra” .

A corrida foi incrível e campeonato já foi definido, fazendo com que os outros somente possam chegar a ser vice-campeão. Sebastian Vettel, sendo realmente merecedor, é o homem mais novo a ser bicampeão, fixando seu nome ao lado do de grandes corredores como Ayrton Senna e Michael Schumacher
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Rock in Rio


“Posso não concordar com nenhuma das palavras que você diz, mas defendei até a morte o direito de você dizê-las.” – Voltaire.

     Levando em conta que as pessoas devem respeitar a opinião alheia, irei expor meu julgamento pessoal sobre o desastroso Rock in Rio. É claro que eu queria estar lá e que tiveram atrações sensacionais, mas a sensação que eu tive foi a de que o Rock foi assaltado e molestado no Rio! Decepcionei-me tanto que até demorei a escrever sobre o assunto.

Funk? Axé? Hã? O que aconteceu com o palco que abrigou bandas lendárias como “Queen”? O que aconteceu com o “Guns N’ Roses”? Tornou-se atração principal com Axl Rose e banda? Tudo bem, o Guns é eterno e eu amo, mas incompleto torna-se algo demasiadamente triste para mim. É como quando eu assisto “Queen” com Paul Rodgers, é algo que não me satisfaz.

Minha ideia de rock é também Queen, Nirvana, Rolling Stones, Aerosmith, Iron Maiden, Kiss, Bon Jovi, Roxette, Paul McCartney, U2, Van Halen... E já que muitos desses seriam impossíveis, pelo menos poderia ter algumas outras ótimas bandas atuais: Nicklelback, Green Day, Fall out Boy, My Chemical Romance, Tokio Hotel, Paramore, 30 Seconds to Mars, The Pretty Reckless, McFly... Sei que muitos desses já vieram recentemente ao Brasil, mas com certeza dariam público e agradariam mais os amantes de rock do que Claudia Leite e Ivete Sangalo. Sem ofensas, mas não é preciso Rock in Rio - o maior festival de rock - para vê-las. Até na minha pequena cidade elas vêm direto no JF Folia, um carnaval fora de época – UM CARNAVAL.

Gostei muito de Evanescence, Maroon 5, Axl Rose e banda, Stevie Wonder, Shakira e Rihanna (que não são do rock, mas fizeram bons shows) e Metallica. Não aquilo que se pode chamar de metaleira, nem roqueira, mas gostaria que tivesse tido mais rock na Cidade do Rock e espero com ansiosa e veemência que no próximo Rock in Rio haja bom senso. Não quero chegar lá e encontrar Banda Eva, Daniela Mercury, Gaiola das Popozudas, Luan Santana, Patati Patata e Xuxa.

Mas ainda bem que tem brinquedos e baladas lá dentro. Acho que eles já imaginavam que as pessoas iriam querer fugir da frente do Palco Mundo. #
Fail!
This is it!


Gatão Kinder Ovo




Quem nunca conheceu um garoto Kinder Ovo, não queira conhecer! Eu estou vacinada, proteja-se também... Ele é aquele que passa muito tempo malhando, tentando ficar com um tanquinho tão definido quanto um “Kinder bueno”.

Você o acha gostoso e, antes mesmo de saber o nome da criatura, já se vê derretida por ele; mas quando finalmente se aproxima dele, percebe o quanto ele é diferente do que você passou suas noites a imaginar.

Por fim você se desencanta. Por quê? Porque um gatão Kinder Ovo pode até ser gostoso por fora, mas é oco por dentro. Acaba custando caro ir pela beleza, pois quando a gostosura acaba o máximo que resta é uma frustrante surpresa.


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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Ambição


 
Quando eu era pequenina tudo o que eu queria era ver desenhos, poder levar minhas Barbie’s para a escolinha a fim de brincar e ganhar uma estrelinha que os alunos que acertavam todo o ditado ganhavam. Eu não me importava muito com a aparência, já que o que eu queria era ir me sujar em algum lugar com areia!

Hoje a “estrelinha” a se conquistar é um lugar na universidade, gosto mais de assistir séries do que desenhos e a Barbie fora substituída por mim mesma. Por fim eu não tinha mais tempo para pentear os cabelos dela, falar e agir por ela – eu tinha a minha própria vida e precisava cuidar dela, ninguém faria isso por mim.

É injusto; as crianças não deveriam crescer! Não há lógica em nascer pelado e depois tratar a moda como necessidade. Não é legal entender que príncipes encantados não existem... Não é formidável ter que aceitar o fato de que sem ambição, morreremos. Se houver uma vaga eu ganharei o emprego se outra pessoa não o ganhar ou somente passarei para a universidade, se outra pessoa não passar. Por que tantas vezes o nosso sucesso depende do fracasso de outrem? É como em uma guerra fria. Todos querem ser de mais, mas quando foram crianças só queriam ser iguais...


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Steve Jobs


 
“As pessoas não sabem o que querem até você mostrar a elas.” – Steve Jobs.

     O que eu posso dizer de Steve Jobs? Bem... Não é segredo que o Walt Disney sempre foi o meu inspirador inicial para escrever e eu poderia passar horas falando sobre o assunto, mas agora não vem ao caso. Eu simplesmente deixo claro que amo todo e qualquer tipo de longa-metragem infantil e sei que Steve Jobs fez parte dessa história. Assim como contribuiu para os videogames!
     Sabendo que obviamente um dia morreria (assim como todos nós) e que por isso não tinha nada a perder, Steve fez de sua vida algo que realmente valesse a pena por todo o tempo em que viveu e se eternizou no mundo e em nossos corações. Somente o fato de eu estar escrevendo e postando nesse mundo “i-internet” (eu na rede), é uma homenagem a ele, o homem que com toda certeza deve ser adorado por essa geração. Temos pressa de informação e Steve nos deixou mal acostumados por ter se esforçado ao máximo para atender às nossas necessidades e também aos nossos caprichos. Ele construiu o futuro, fazendo então o nosso presente. Fez com que tentássemos prever as novidades, imaginando até celulares que lavam passam e cozinham. Steve acabou com nossa limitação, com nossas fronteiras, ampliou nossas possibilidades de sonhar – e realizar.
     Creio que a Apple não pudesse mesmo ter sido construída por outro alguém. Somente uma pessoa com a mentalidade de um gênio poderia ter chegado a este patamar de importância para a sociedade. Steve simplificou tudo para nós, criou um computador que todos pudessem compreender, fez-se do mouse algo normal, encheu nossos olhos com os notebooks, iPhones, iPads e tablets. Fez todo mundo ansiar a fruta proibida, já mordida, transformando-a em algo do bem.
     O mundo da informação e da música nunca mais será o mesmo. Steve simplificou o infinito, fazendo-o caber na palma de nossas mãos e com o i-tunes ajudou os artistas a venderem sua música de forma fácil e viável. Em qualquer lugar que estejamos, seja em casa, na padaria, na escola, na rua, na academia, no bar, no shopping, enfim, a alegria de uma canção ou de uma companhia nunca nos deixa sozinhos. A distância tornou-se algo que não nos incomoda mais como antes, ver quem se ama está cada vez mais fácil.
     Por fim, eu só queria dizer obrigada. Obrigada por ter acreditado, ter tentado, ter concluído e por ter deixado tantas criações para nós. Os maiores sempre são visionários e seus legados serão sempre lembrados. Somente os talentosos me inspiram profundamente e Steve foi com certeza um dos maiores sábios. Não se deixou abater por conta dos problemas comuns de ser humano e por isso me ensinou que nada é impossível.

 “Se podemos sonhar, também podemos tornar nossos sonhos realidade” – Walt Disney.
Rest in Peace!
We’ll always love you...


Continue realizando, Steve.

Humanitária


     Agora a Shakira é assessora do Barack Obama, na casa branca, em relação a crianças carentes e então ela poderá expandir seus feitos do bem. Ela e a Angelina Jolie tornaram-se exemplos de grandes lindas mulheres. Ambas permanecem belas por fora e principalmente por dentro, e eu enxergo sinceridade nelas.
Claro que eu sou suspeita quando se trata de falar da colombiana. Para mim, ela é mais que merecedora de tudo que conquistou. É difícil uma latina chegar onde ela está, mas seu coração bom conquistou o mundo. Altruísta, organizou a fundação Pies Descalzos. Dedicou-se à educação de crianças carentes, principalmente as de Barranquilla. Sei que isso fez tanto bem para os pequenos quanto para ela. Pessoas benevolentes ficam bem quando vêm outras pessoas felizes.

Espero que mais pessoas comecem a fazer o bem, deveria ser o maior e melhor dos modismos. Ainda mais no meio dos que podem ajudar. Eu, Thais, gostaria de poder ter uma fundação para os velhinhos. Para mim eles são os que mais precisam, pois são inocentes como criança e tristemente fragilizados pelo tempo e por não terem o respeito que tanto merecem. Mas eu já fico feliz quando posso carregar o peso das compras de uma senhora, ou dar o braço para ela se apoiar em mim. Fazer tudo o que está ao seu alcance, mesmo que pouco, pode ser muito nobre e o melhor será quando você se sentir bem consigo mesmo. Dê o primeiro passo, mesmo que sejam milímetros à sua frente. Inspire-se nos bons!



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Usar salto alto não faz de mim uma mulher.



Sinto-me bela quando estou produzida. Realmente aquela garota, um pouco mais alta e com os olhos delineados em preto, possui um visual mais adulto e com mais atitude. Nela enxergam mais postura, carão, autoconfiança e sex appeal; talvez seja pelo fato dela aparentar ser diferente - pelo menos por fora.

O visual é como uma máscara, ele é enganoso e pode mudar qualquer um por fora; mas - mesmo que eleve nosso ego - por dentro permanecemos com a mesma essência.

Gosto de - às vezes - usar salto alto e maquiagem pesada, mas quem não me conhece não entende que, seja qual for o meu visual, eu continuo sendo uma menina tímida com um inato e imutável jeitinho meigo. Eu sou assim! Usar salto alto não faz de mim uma mulher. A ocasião pode pedir uma mudança de estilo, mas nunca de personalidade.

Sou “retro” e futurista, clássica e moderna, cada qual em seu momento propício. Dou importância aos valores antigos e ainda assim mantenho a mente aberta para o novo. Não tenho que esquecer o ontem para viver o hoje, eu aprendi a somar. Sei que posso ser a adolescente que curti balada e a menina que adora ler um conto de fada.

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Desaprender a amar




Quando aquele sonho adolescente de amor perfeito vai perdendo o sentido dentro de nós, afastamo-nos no campo romântico e o deixamos de lado como se ele fosse uma ameaça à nossa felicidade. Passamos a não nos envolver e a sequer enxergar as novas pessoas que conhecemos.

Qual garota nunca ficou um tempo sem conseguir gostar de outra pessoa, por amar certo garoto X? Quem nunca sentiu que não havia mais motivos para amar, que não valia a pena? Quem nunca se traumatizou com essa coisa de se entregar verdadeiramente? Quem nunca olhou para trás e viu o quanto foi ridículo? Quem nunca mendigou atenção, declarou-se de modo insensato e em contra partida deu foras em pessoas que talvez os merecessem muito mais do que aquela única pessoa que prendia sua atenção? Quem nunca amou, errou, ou sofreu, um dia irá passar por essas experiências. Elas significam viver e o lado bom é que isso nos ajuda a aprender e a crescer.

Hoje sei que amar nem sempre é bom, ótimo é ser amado na medida certa. Se tudo acabar – e provavelmente vai acabar – você não sairá derrotado e a pessoa não irá querendo morrer ou te matar. Não tenho mais paciência para declarações, é fato que é perca de tempo e que grande parte é mentira! Todo o riso do momento cedo ou tarde se transforma em lágrimas de decepção. O segredo é não ter altas expectativas.

Confesso que às vezes dá vontade de mostrar o dedo do meio para os presunçosos. Alguns pensam que nunca mais vão sentir falta da “pessoa X” e até esnobam; mas percebem o erro quando tal pessoa não liga mais para eles e tem companhia melhor. Resumindo: esse “amor” repentino é ego! As pessoas não querem perder.

Ninguém é a metade de outro alguém, se pensa assim tem que desaprender a amar. Não existe alma gêmea, é melhor desencanar...

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Não é o fim do mundo.


 

   Ele havia prometido que iria vir me ver neste mês de Agosto, fez-me acreditar e até marcar os dias no calendário; entretanto ele não cumpriu sua palavra e inexiste sequer um indício de que tentou cumprir. O que mais me entristece foi ele ter me iludido e me dado falsas esperanças quando deveria ter me libertado, usado da crua verdade, mesmo que isso pudesse me magoar momentaneamente. Ao invés dele dizer que nunca mais teria tempo para mim, ele disse que faria o possível para me ver.

Eu gostaria que ninguém nunca prometesse o que não pode cumprir. Eu esperei cada dia e cada mês, que tanto pareciam passar cada vez mais lentamente. Foi uma tortura esperar, mas pior do que isso é saber que ele sabia que não viria e que iria me magoar.

Meu sentimento verdadeiro fez com que eu me sentisse com o coração dilacerado quando eu encontrei o pai dele sozinho, desacompanhado, e então eu percebi que ele não queria mais ir ali para me ver. Creio que unicamente Deus sabe o que eu senti e o quanto eu queria chorar naquele momento estranho e vazio. O pior foi ter que fingir que nada estava acontecendo, precisar disfarçar meus tremores para o pai dele não perceber meu desespero e ter que sorrir para a foto que o tio dele tirou; mas depois eu passei a enxergar o lado bom da decepção, que é uma grande forma de acordar.

Resolvi esquecê-lo quando percebi que havia jogado fora quase quatro anos da minha vida, quando enxerguei tardiamente que eu me afastei das pessoas que talvez merecessem a oportunidade de tentar ocupar o lugar vago em minha vida. Não que alguém fosse o substituir, sempre será um caso único e particular, mas ele nunca será tão especial quanto um dia eu sonhei. Resta então a frustração. Não a de ter errado e sim a de não ter tido chance de tentar. Mas a decepção me dá forças para mudar, faz com que eu sorria mesmo quando estou sem vontade e liberta-me do que não me faz bem.

Confesso que no começo eu me senti culpada quando resolvi aproveitar mais o presente que não o incluía - eu fiquei muito presa ao passado, eu ainda o amava - mas o certo era eu aceitar o fato de que sou livre para fazer tudo que eu quiser e que não quebre as leis divinas. Como diz o texto "Urgência de viver" de Rabino Henry Sobel: "É hora de viver!" Rir é relaxante, literalmente. Por isso, não posso e nem quero mais depositar a minha felicidade e alegria em quem não se preocupa mais em não me decepcionar.

Ele foi somente a minha utopia, o meu projeto irrealizável. Eu até cheguei a pensar que fosse morrer quando o perdesse de vez, mas desistir dele foi bom e deu rumo aos meus passos. Acabei sofrendo por antecedência e essa foi a pior parte, foi inútil eu ter chorado e ter feito tanto drama; já que quando eu finalmente enxerguei que nunca o teria, percebi também que isso não era nem de longe o fim do mundo.

***

Desculpa meu modo de amar



Às vezes você reclama por eu ser grudenta, reclama por causa do meu jeito de amar e eu nunca concordo, mas hoje eu irei te dar razão e desculpar-me-ei com você.


Desculpa se eu te sufoco quando eu peço que você me dê um feliz natal quando conversar comigo no dia vinte e cinco de dezembro. Desculpa se eu quero receber um recado ou e-mail de vez em quando para não cairmos na tristeza de perdermos o contato. Desculpa se eu não quero perder a intimidade, se eu não quero que sejamos novamente meros estranhos. Desculpe-me por eu querer te ver mais do que uma vez por ano... Eu não mais me lembro de sua voz... Desculpe-me.

Desculpa o meu modo de amar, ele é muito diferente do seu. Desculpa se eu penso em você todos os dias. Desculpe-me por eu sempre querer saber se você está bem. Desculpa se eu te amo de um modo que me faria aceitar algo que você nunca cogitou pedir. Desculpa se eu te aceito de braços abertos quase sempre que você resolve aparecer.

Desculpe-me por eu não ser mais a mesma, o meu amor próprio foi destruído quando, involuntariamente, eu te amei demais. Desculpe-me por eu te amar mesmo quando você menos merece ou mesmo quando você quebra as promessas que me fazem subir ao céu e depois cair do ponto mais alto.

Talvez você pense que o amor, que amar, deva ser do seu jeitinho. Para você amar é sinônimo de gostar; é sumir e colocar tudo a frente de quem diz amar; é dizer que me ama e não aproveitar as oportunidades de me ver. Você diz que a ama e diz que me ama, faz jogo duplo. Desculpa se eu te amo e não consigo dizer isso a outro alguém.

Então, em relação ao modo de amar, peço que perdoe o meu, porque na verdade, ele humilha o seu.

***

O modo como olha para mim

Talvez os seus olhos sejam a explicação de tudo que senti por você, sejam o motivo de eu ter começado a te amar e permanecer apostando neste sentimento por tanto tempo.


Não. Eu não te amei à primeira vista, mas confesso que guardei os primeiros olhares e, em casa, relembrando cada cena e cada instante, dei-me conta de que havia decorado - em pouco tempo - seu modo de expressar seu modo de ser.
Seus olhos não escondiam nada: a preocupação em não me magoar, a frustração de eu não olhar na sua cara mesmo você tendo viajado somente para me ver, a tristeza de ter que ir embora ou a de ter que me ver partir, o prazer em me irritar, a vontade de matar a saudade ou a sua simples alegria em me rever. Por isso eu me apaixonei, amei simplesmente pela lembrança do olhar que tanto demonstrava gostar de minha companhia. Por isso eu sei que, passe quanto tempo for, você me olhará sempre do mesmo modo; pois, aconteça o que acontecer, quando estamos um perto do outro tudo volta a ser como na primeira vez em que nós conversamos e que, sem saber, nós já nos pertencíamos.


E, por mais que eu duvide de suas palavras, saiba que eu nunca duvidei do amor que você sentia por mim naquela época. Pois eu posso enxergá-lo toda vez em que estou frente a você. Nenhuma palavra significa algo que faça com que eu me sinta tão importante e especial quanto seu silente e atencioso olhar. Pois eu tenho a certeza de que até você se daria conta do quanto me ama, se pudesse somente ver o modo como olha para mim.


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domingo, 14 de agosto de 2011

Amo-te, Michael







Te amar é mudar a pessoinha no espelho, pois você um dia me disse que era possível.

Te amar é pensar que curar o mundo, pode ser algo incrível.

Te amar é dizer: Eu não consigo mais parar de te amar.E ao mesmo tempo ficar muda, sem nada a falar.

Te amar é perguntar-me todos os dias: Você estará lá? Mesmo você já tendo dito: Eu estarei lá...

Te amar é relembrar dos tempos e para todo o sempre imaginar o tão quanto estamos unidos, pois você é invencível e isso nos torna inseparáveis...

Te amar é poder afirmar que você não está sozinho e por mais que se sinta um estranho em Moscou, mantenha a fé, mantenha o amor, pois onde existir o amor, eu estarei lá...

Te amar é segurar em sua mão e te apoiar... Grite, chore, fale... Você é um ser humano independente e não deve ter que se esconder de ninguém... Se você quiser gritar a 2000 watts, o problema é seu, você pode! Grite para que eles parem de te pressionar e tentar acabar com sua vida...
Será que eles não escutam você pedir: Deixe-me em paz?;
São surdos ou eles não ligam para a gente? Pois fã sofre junto, ri junto e apoia... Então, seu sofrimento é meu e quem não te deixa em paz, também está fazendo mal a mim.

Te amar é deixar a natureza humana falar mais alto. É pensar que o amor pode ser perigoso, mas por outro lado nunca deixar de sonhar e acreditar, pois o amor é um sentimento que não se vive com o coração quebrado... O amor é mágico, assim você o sentia, assim como eu o sinto.

Te amar é não me conformar com o fim. É chorar por saber This is it - e ponto final. E ficar triste por saudade, uma vez que sinto um amor desmedido, como se lhe conhecesse há mil anos...

Te amar é olhar em seus olhos e dizer: Haja o que houver eu nunca soltarei suas mãos. E até sentir-me culpada ao lhe escutar dizer: Eu nunca deixarei você partir...Pois EU lhe deixei partir e fiquei parada, sem ter o que fazer, imponente, assustada, sozinha, desesperada...

Te amar é manter-te em meu coração, mesmo tendo que entender que você nunca saberá que te amo.

Te amar é ter dúvida de tudo. É sempre perguntar: Por quê? Você se foi e acho que não vai mais voltar... Por que o céu não pode esperar?


Te amar é às vezes achar que vives, e ter medo de nunca ter a certeza.

Te amar é dizer sorria!, para mim, mesma todos os dias antes de dormir... Sonhar, acordar e por conta de seu olhar, conseguir sorrir.

Te amar é não precisar de foto para te ver. É chorar de saudade e não ter vergonha da própria lágrima...

Te amar é ter medo de lhe incomodar com esse tormento de prantos diários que tenho por ti.

Te amar é não ter palavras o suficiente em um dicionário para descrever este sentimento que brota em meu coração e tenta sair pela boca, em uma tentativa frustrada de emitir um som... Mas por te amar, aprendi que ficar muda enquanto o coração está quente e as mãos gélidas, pode ser meu maior dom. E quando as palavras virarem lágrimas? Transformárei-las em um poema breve, com nexo, mesmo que seja só para mim...


Te amar é transformar minha saudade em cartas, manchadas e borradas por lágrimas, em um caderno barato e sem desenhos, decorado somente pelo sincero amor...


Te amar é sentir no pulso, a batida insistente deste coração de fachada que encontra-se em mim... Este coração que não pode ser meu, pois o meu foi embora quando desistiram de tentar reanimar teu corpo já frio.

Te amar é já estar anestesiada contra qualquer outro problema. É ficar parada observando uma lágrima percorrer minha face e sentir meu batimento cardíaco quase parar, ao compasso que acelerar assim que tal lágrima morre em meu peito.

Te amar é vencer a barreira da incerteza e continuar amando, mesmo que não haja clareza.

Te amar é vencer a barreira da distância e da solidão... e continuar ao seu lado, mesmo que por sonhos e pensamentos solitários divididos com este pedaço de papel.

Te amar é vencer o grande portal da morte, que levou tua presença do mundo, mas não te levou de mim... Oh Michael. Eu nunca pensei que eu amaria alguém tanto assim...

Te amar é enxergar a realidade do mundo, pois você meu anjo-herói, disse da maneira mais simples que ama as árvores, perguntou-nos: O que estamos fazendo com o planeta? E ver que o choro parado em sua garganta não lhe impediu de continuar tentando e acreditando no melhor de cada uma das pessoas, dá-me forças para enfrentar os desafios.

Te amar é amar o mundo, amar as crianças, amar a terra... É olhar para o céu e te procurar... É fechar os olhos em uma tentativa de sonhar...

Te amar é resistir, mesmo que eternamente estejam todos conta mim... Pois mesmo quando estavam todos contra você, você não desistiu tão fácil assim...

Te amar é idealizar que suas mãos afagaram meus cabelos enquanto eu estava triste. É fingir que você estava perto e eu somente não consegui te achar com os olhos, mas consegui com o coração...


Te amar é ver em ti um amigo, um anjo, um herói, um pai e um irmão, mesmo que todos ao meu redor digam que NÃO.

Te amar é achar motivos para continuar amando-te. É escrever um texto dedicado a você, inspirado em você... o homem que nos faz sonhar e escrever.



Fim do texto, mas nunca do amor.
Amo-te, hoje e sempre...
Michael.

Friends will be friends




Por Susie:

01/08/2003

Vesti meu short xadrez, minha camiseta preta e calcei meu All Star de mesma cor. Não que fosse uma obrigação, mas eu tinha que ver o cabeça de maçã todos os dias. O enorme portão de Neverland sempre permanece aberto aos amigos de Jackson, por isso, sem ter de passar pelo habitual processo de autorização de acesso ao rancho, sempre faço visitas ao meu melhor amigo, no momento em que tenho vontade.

Michael sempre instituiu seu amor por mim, nossos momentos sintetizados em uma só paravra significa felicidade. Somos amigos há cinco anos, estou incluída na lista de fraternidade desde os meus dez. Ele sempre escolheu com o coração, não se importando com a idade. Eu compreendo o fato de ele ainda ser uma criança, uma vez que também sou. Apesar de ele ter 44 anos e eu agora ter 15, somos muito parecidos um com o outro. Não somos verdadeiramente compatíveis com todas as pessoas de nossa idade, gostamos de brincar como se fossemos crianças no jardim de infância.

Ele já estava acostumado a ter-me por perto quase todos os dias. Passamos de amigos a irmãos e tudo o que eu menos queria era ter um dia o magoado.


***

Ao avistar-me, os seguranças abriram o dourado portão. Corri por entre o caminho do gramado e florido jardim e subi em um pequeno e lindo carrinho preto com pinturas em desenhos do
Peter Pan. Não avistei ninguém no percurso. Parei no harmonioso bosque que acolhia a árvore da sorte e encarei as lindas luzes brilhantes da lua e das estrelas.

Subi as escadas, imaginando encontrar Michael com as crianças e com eles fazer todo tipo de bagunça, mas ao adentrar a sala percebi que havia uma recepção formada. Abracei meu amigo e sussurrei algo engraçado ao seu ouvido. Eu queria estar com ele e não com aquelas demais pessoas. Quando eu ia subir para ficar com as crianças, o veneno de um lindo sorriso fez com que a metamorfose natural da vida acontecesse. Um garoto, de aproximadamente dezessete anos, encarou-me desconfiadamente. O mistério que aquele estranho representava levou-me a decidir ficar por ali e observar.

"Burra, idiota e simplória!"
Pela primeira vez na vida, xinguei-me de todos os maus adjetivos que dos quais pude lembrar-me. Estava revoltada por ser ali a única com trajes esportivos. O garoto aproximou-se. Ele era o motivo de eu ter a repentina preocupação.

Olhei para baixo e deixei que a lisa e média franja escondesse meu rosto.
— Olá... - não era de se crê, mas somente a voz, olhar e sorriso do desconhecido, fez com que eu virasse outra garota. A mutação que ocorria com a ajuda de meus hormônios fez com que eu agisse sem pensar, sem enxergar e sem medir as consequências.
— Susie... - hesitei, apesar de ter a estranha sensação de que deveria
mesmo estar ali. Era um momento memorável, não por ter sido bom e sim por ter sido a prova mais difícil da minha vida — Muito prazer! - sorri.
— Freddy... - estendeu a mão. O toque fez com que borboletas confirmassem o que eu já estava desconfiada — O prazer é todo meu! - exclamou e jogou uma piscadela. Aquele garoto mexia comigo.

***



15/08/2003

Já havia se passado alguns dias desde quando eu tinha conhecido Fred. Nele eu dei meu primeiro beijo; para impressioná-lo eu usei meu primeiro salto alto; com ele eu aprendi a viver muito bons momentos da adolescência, pena que são efêmeros.

A secretária eletrônica piscava irritantemente, mas eu estava ocupada demais procurando um chapéu que combinasse com meu look. Peguei minha bolsa de mão e fui para a praia, onde eu agora sempre ficava com Fred. Percebi que um carro preto estava muito próximo a mim, mas não dei muita importância. Encarei o meu rosto no espelho de meu compacto e sorri ao constatar que estava demasiadamente bonita.
— Um beijo? - Fred pediu suplicantemente, surpreendendo-me por trás. Sorri, encarei os lábios dele e cedi-lhe um beijo.
— Hoje eu vou embora mais cedo... - segurei sua mão direita com a minha esquerda — Há tempos não vou ver o Michael!
— Não prefere ir a um luau? - sorriu maroto, envenenando-me como sempre.
— Não... - resisti à tentação.
— Eu te amo... - declarou, fazendo carinha de cãozinho abandonado.

Mais tarde eu fui para casa. A luz vermelha ainda piscava indicando que havia algum recado. Um filme passou em minha mente. "E se o Fred me pedir em namoro?" - elucidei, resolvendo ir à praia.

Arrumei-me e fui. Poderia ver Michael outro dia. Chegando à festa, flagrei Freddy aos beijos com outra garota. Ele não sabia que eu iria e por isso eu consegui vê-lo do jeito que ele era e não como aparentava ser. Ele a olhava como dirigia seu olhar a mim; ele brincava com os cabelos dela como brincava com os meus. Claramente ela era mais uma em sua lista... assim como eu.

Talvez fosse natural, mas ainda não tinha como eu saber. Estava acostumada com o jeito de Michael e por isso não conhecia a verdadeira face de um garoto mentiroso. Enquanto Freddy dizia amar-me, Michael realmente me amou.

Criei coragem e fui até o garoto de lindo e falso sorriso. Ele era meu ponto fraco, mas eu sou inteligente o bastante para dizer não às drogas.
— Olá... - não era de se crê, mas somente a minha voz, olhar e sorriso, fez com que ele virasse outro garoto. O feitiço virou-se contra o feiticeiro. Ao notar que eu não estava prestes a fazer um barraco, Fred reconheceu seus próprios sentimentos e incomodou-se com a ausência de ciúmes.
— Su... - olhou para baixo, envergonhado — Não é nada daqu... - tentou perseverar.
— É sim! - pisquei e suspirei, posteriormente dando meia volta para ir embora. Não olhei para trás. Michael não estava lá e era dele que eu precisava no momento.

Mais de mil e quatrocentos passos depois, cheguei em casa. Joguei-me no sofá e comecei a contar os segundos para o dia amanhecer. Levantei-me e acendi as lâmpadas da sala. A secretária eletrônica ainda piscava, ou seja, há dias minha mãe nem aparecia em casa. Aproximei-me do aparelho e assustei-me ao notar que mais de quarenta recados haviam sido deixados. Coloquei-o em meu colo e apertei o botão. Sorri ao escutar a voz de Michael, que deixou-me religiosamente no mínimo dois recados por dia.
A cada dia, ele parecia mais desanimado, uma vez que sentia-se abandonado por mim. Apesar de estar tarde, resolvi retornar as ligações, mas ninguém atendeu... Disquei e liguei por diversas vezes até acabar por dormir no sofá. Eu não poderia cobrar nada, eu deixei a desejar primeiro.
Levantei-me, lavei meu rosto e fiquei feliz por conseguir ainda enxergar a Little Susie no espelho. Vesti uma t-shirt rosa, uma bermuda xadrez e por fim coloquei meu colete e meu All Star jeans. Prendi meus cabelos em um alto rabo-de-cavalo e fui silenciosamente para praia. Agora era só eu e minha bike, eu não tinha coragem de ir até meu amigo, se é que ele ainda considera-me algo dele.
— Por que está sozinha? - escutei uma doce e familiar voz. Abri os olhos, deixando que as lágrimas rolassem no rosto. Michael sentou-se ao meu lado e cruzou as pernas.
— Você está... zombando de mim? - virei os olhos, limpando as lágrimas que desciam até meu queixo.
— Ei... - limpou minhas lágrimas — Não vim aqui para zombar de você. Não é isso que os amigos fazem...
— Não te mereço! - pulei nos braços dele. Michael pegou seu celular e apertou o player:


Image"[...]Não é fácil amar, mas você tem amigos em quem pode confiar.
Amigos serão amigos.
Quando você precisar de amor eles lhe darão carinho e atenção.
Amigos serão amigos.
Quando você está cansado da vida e sem esperanças,
segura suas mãos, porque amigos serão amigos até o fim."
Image


Sorri e logo recomecei a chorar. Quanto mais meigo ele era comigo, mais culpa eu sentia . Não tinha sido, nos últimos tempos, a menina que Michael havia ensinado-me a ser. Minha família sempre foi ausente e então sempre o tive como pai, irmão e amigo. Meu tudo.
— Freddy... bem... ele não é o que eu idealizava! - fechei as mãos em punhos, brava comigo mesma por ter sido realmente
burra, idiota e simplória. Não pelo que eu imaginava que era e sim por ter acreditado em um sorriso bonito. Lindo garoto com horrorosas atitudes. E ainda mais, por ter deixado de lado quem eu nunca deveria ter abandonado. Fui realmente idiota... com quem menos merecia.
— Ninguém é perfeito... - ponderou, levando minha cabeça ao seu peito.
— Você é... Mas eu esqueci-me de que nem todo mundo é tão sincero quanto você! - sorri por tê-lo ao meu lado. Freddy já não fazia a menor falta.

Image "Agora está um belo dia.
O carteiro entregou uma carta do seu amor.
Apenas um telefonema distante.
Você tenta achá-lo mas alguém roubou o número dele.
De fato... Você já está se acostumando à vida sem ele no seu caminho."
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As lágrimas cessaram. Ao segurar as mãos de Michael, eu percebia que tinha algo único.
— Aw! - gritou ao sentir um beliscão. Ri sapeca.
— Queria ter certeza de que não era miragem... - gargalhei. Estava mais feliz a cada instante — Por mais que eu seja uma boba, você ainda continua aqui...
— Sempre estarei... sua boba! - sorriu timidamente e bagunçou meus cabelos. Levantou-se e estendeu a mão para mim.


Image "É tão fácil agora, porque você tem amigos em quem pode confiar.
Amigos serão amigos.
Quando você precisar de amor eles lhe darão carinho e atenção.
Amigos serão amigos.
Quando você está cansado da vida e sem esperanças,
segura suas mãos, porque amigos serão amigos até o fim."
Image


Quando olhei para trás, Freddy estava lá parado. Olhava sem disfarçar em minha direção, com as mãos nos bolsos. Michael parou frente a um carro, o qual eu consegui reconhecer como o veículo que estava sempre por perto no tempo em que passei "longe" de seu dono. Sorri ao perceber que Michael realmente nunca esteve longe de mim...
— Tem um tempo? - Freddy disse ao aproximar-se. Analisou-me e sorriu daquele modo que antes poderia fazer com que eu esquecesse o resto do mundo. Agora sim eu estava linda, eu esta sendo eu mesma.
— Sim... - sorri. Michael fitou o chão, relembrando das cenas de solidão e abandono. Ao perceber minha alegria, adentrou o carro. Freddy pode não ser um garoto mal, mas precisa a aprender que não se pode ter tudo. Ele tem de amadurecer, mas eu não acredito que isso aconteça agora. Eu sorria por estar liberta, estava feliz por saber que de fato aquele garoto não conseguiria envenenar-me mais — Tenho tempo para o Michael... - balancei a cabeça — Aprenda a dar valor ao que tem, é isso que estou fazendo... O pior é perder algo e saber que você mesmo foi o culpado. Felizmente eu acordei a tempo... Pena que você não!

Dei as costas para ele e o deixei refletindo sobre o que eu havia dito. O carro de Michael movimentava-se lentamente. Corri até o veículo e abri os braços em sua frente. O motorista freou, Michael saiu para fora e eu pulei em seu colo.
— Susie? - sorriu.
— Não te troco por nada... bobão!

Image "É tão fácil agora, porque você tem amigos em quem pode confiar.
Quando você precisar de amor eles lhe darão carinho e atenção.
[...]Amigos serão amigos.
Quando você está cansado da vida e sem esperanças,
segura suas mãos, porque até o fim amigos serão amigos.
"
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***

She Told Her Name Was... Billie Jean.

  

Colocou seus sapatos de dança e foi para o salão. Passou pelas mesmas pessoas de sempre e sorriu, educada mas deixando claro em seu olhar que não tinha interesse por nenhum deles. O céu estava coberto em nuvens arroxeadas, talvez não desse tempo para aquela noite ser inesquecível, ou talvez sobrasse. Uma fração de segundos basta para se apaixonar. É preciso somente, que haja contato pelo olhar.

   Ao chegar na pista, percebeu alguém diferente. Nunca tinha tido vontade de dançar com ninguém, já que gosta do holofote nela, somente nela. Porém, algo nesta noite estava mudando a rotina, já que ao visualizar primeiramente os pés de um novato, acabara de se render e chegar à conclusão de que precisa de um parceiro de dança. E se puder escolher, escolherá o melhor: O garoto que fica no canto esquerdo, julgando-se despercebido por todos... sem saber que é único anseio da dama mais desejada daquele lugar.
Uns a considera rainha, outros, uma tentação maldita. Seu cheiro é provocante, seus olhos, sua boca, seus atos, mas ela nunca encostava em ninguém, julgava-se completa. Uma viúva negra que no final das contas pode fazer muito mal ao seu parceiro, e por isso sempre preferere manter distância... enquanto consegue!
Encara o garoto dançante, e então todos percebem que ela havia o escolhido, menos ele.
— Ela está olhando para você. - um homem o comunica, fazendo-o se virar. Ela sorri para ele, o único que irá dividir a pista com ela. Eternamente único, especial, diferente, encantador, marcado e escolhido. O garoto aproximou-se e estendeu a mão, guiando-a até o centro.

   Todos pararam de dançar, não entendiam o fato dela tocar nas mãos dele sem sua clássica luva. Havia até mesmo um mito de que se ela tocasse em alguém, enfeitiçava. Apertou a mão do par e então uma música dançante começou a invadir o ambiente, assim como o doce e perturbador perfume dele. Dançaram como nunca, talvez em um show pago não teria uma performance tão forte, marcante e inesquecível quanto aquela.
Os olhares se encontraram e ali ele sabia que era o único, tanto quanto ela era a única. Talvez para ela seria para sempre e para ele somente um momento... já que nem se conheciam para que ele a considerasse mais que uma parceira de dança. Tivera tantas, que se fosse se envolver com todas, já teria quebrado vários corações... talvez tenha quebrado!
Ele sempre se preocupou com os jovens corações, pois dava sensações novas mas sentia as antigas, as que já havia sentido diversas vezes. Aquela dança simples, foi única para ela e foi talvez só mais uma para ele. Ao colocar os cabelos para o lado esquerdo do pescoço da dama, ele pôde ler um nome interessante em sua nuca. Sorriu e quando a música acabou a deixou ali, vendo o único que queria ir embora. Nasceu uma paixão, uma obsessão, um caos nasceu enfim. Todos cantam, mas só agora sabem, o início da real história de Billie Jean.

End.