domingo, 14 de agosto de 2011

She Told Her Name Was... Billie Jean.

  

Colocou seus sapatos de dança e foi para o salão. Passou pelas mesmas pessoas de sempre e sorriu, educada mas deixando claro em seu olhar que não tinha interesse por nenhum deles. O céu estava coberto em nuvens arroxeadas, talvez não desse tempo para aquela noite ser inesquecível, ou talvez sobrasse. Uma fração de segundos basta para se apaixonar. É preciso somente, que haja contato pelo olhar.

   Ao chegar na pista, percebeu alguém diferente. Nunca tinha tido vontade de dançar com ninguém, já que gosta do holofote nela, somente nela. Porém, algo nesta noite estava mudando a rotina, já que ao visualizar primeiramente os pés de um novato, acabara de se render e chegar à conclusão de que precisa de um parceiro de dança. E se puder escolher, escolherá o melhor: O garoto que fica no canto esquerdo, julgando-se despercebido por todos... sem saber que é único anseio da dama mais desejada daquele lugar.
Uns a considera rainha, outros, uma tentação maldita. Seu cheiro é provocante, seus olhos, sua boca, seus atos, mas ela nunca encostava em ninguém, julgava-se completa. Uma viúva negra que no final das contas pode fazer muito mal ao seu parceiro, e por isso sempre preferere manter distância... enquanto consegue!
Encara o garoto dançante, e então todos percebem que ela havia o escolhido, menos ele.
— Ela está olhando para você. - um homem o comunica, fazendo-o se virar. Ela sorri para ele, o único que irá dividir a pista com ela. Eternamente único, especial, diferente, encantador, marcado e escolhido. O garoto aproximou-se e estendeu a mão, guiando-a até o centro.

   Todos pararam de dançar, não entendiam o fato dela tocar nas mãos dele sem sua clássica luva. Havia até mesmo um mito de que se ela tocasse em alguém, enfeitiçava. Apertou a mão do par e então uma música dançante começou a invadir o ambiente, assim como o doce e perturbador perfume dele. Dançaram como nunca, talvez em um show pago não teria uma performance tão forte, marcante e inesquecível quanto aquela.
Os olhares se encontraram e ali ele sabia que era o único, tanto quanto ela era a única. Talvez para ela seria para sempre e para ele somente um momento... já que nem se conheciam para que ele a considerasse mais que uma parceira de dança. Tivera tantas, que se fosse se envolver com todas, já teria quebrado vários corações... talvez tenha quebrado!
Ele sempre se preocupou com os jovens corações, pois dava sensações novas mas sentia as antigas, as que já havia sentido diversas vezes. Aquela dança simples, foi única para ela e foi talvez só mais uma para ele. Ao colocar os cabelos para o lado esquerdo do pescoço da dama, ele pôde ler um nome interessante em sua nuca. Sorriu e quando a música acabou a deixou ali, vendo o único que queria ir embora. Nasceu uma paixão, uma obsessão, um caos nasceu enfim. Todos cantam, mas só agora sabem, o início da real história de Billie Jean.

End.

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